ORPHEU

"Yo no soy yo ni soy el otro, soy algo intermedio”

Mi foto
Nombre:
Lugar: MADRID,LEÓN,ALGARVE

viernes, octubre 29, 2004

ZECA AFONSO

O rosto de uma Utopia

Em 1987, José Afonso deixou-nos, vítima de doença incurável. Além de ser, juntamente com Adriano Correia de Oliveira, um dos mentores da canção de intervenção em Portugal e um baladeiro/compositor notável, soube conciliar a música popular portuguesa e os temas tradicionais com a palavra de protesto, Zeca trilhou, desde sempre, um percurso de coerência. Na recusa permanente do caminho mais fácil, da acomodação, no combate ao fascismo salazarento, na denúncia dos oportunistas, dos "vampiros" que destroçaram Abril, no canto da cidade sem muros nem ameias, do socialismo, da "utopia".

Injustiçado por estar contra a corrente, morreu pobre e abandonado pelas instituições. Mas não temos dúvidas, a voz de "Grândola" perdurará para lá de todos os chacais



Vampiros

No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas

São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada


Cantar alentejano

Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer

Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou

Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou

Aquela pomba tão branca
Todos a querem p'ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti

Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar

A Morte saiu à rua

A morte
Saiu à rua
Num dia assim
Naquele
Lugar sem nome
Pra qualquer fim

Uma
Gota rubra
sobre a calçada
Cai

E um rio
De sangue
Dum
Peito aberto
Sai

O vento
Que dá nas canas
Do canavial

E a foice
Duma ceifeira
De Portugal

E o som
Da bigorna
Como
Um clarim do céu

Vão dizendo
em toda a parte
O pintor morreu

Teu sangue,
Pintor, reclama
Outra morte
Igual

Só olho
Por olho e
Dente por dente
Vale

À lei assassina
À morte
Que te matou

Teu corpo
Pertence à terra
Que te abraçou

Aqui
Te afirmamos
Dente por dente
Assim

Que um dia
Rirá melhor
Quem rirá
Por fim

Na curva
Da estrada
Há covas
Feitas no chão

E em todas
Florirão rosas
Duma nação

Cantaba incesantemente para el pueblo, en cooperativas agrarias,etc...utilizando sus exquisitas creaciones como un instrumento más de lucha.Luchó primero contra la dictadura de Salazar y, al final de sus días, frente a la contrarrevolución encabezada por el Partido Socialista de Mario Soares. Fue consciente siempre de que su honradez navegaba a contracorriente, pero en ningún momento abandonó sus principios revolucionarios. Por eso detestaba el desencanto, la desmoralización, que él calificaba como una mera justificación para los traidores.
Solía comentar con cierta amargura la gran desbandada de muchos antiguos antifascistas portugueses, conocidos suyos, hacia posiciones de sumisión al poder: "Muchos se han vendido por un plato de lentejas y han justificado su actitud diciendo que estaban desencantados. Me gustaría saber de qué pueden estar desencantados, si aquí no se ha producido ninguna revolución. Lo que estamos viviendo es una contrarrevolción. Si hubiese cambiado algo, y no estuviesen de acuerdo, lo entendería. Pero este no es el caso. Ese desencanto no es más que una justificación para los que nunca han estado encantados y para todos esos traidores".
Actuó por última vez en directo en el Coliseu dos Recreios lisboeta, en 1983, precisamente el lugar donde, nueve años antes, Grandola se convirtió en un himno para la historia. Aquella velada quedó recogida en un disco vibrante, en el que José Afonso, canta, ya con ciertas dificultades, arropado por todos sus músicos y sus amigos más incondicionales. La enfermedad fue avanzando inexorablemente desde entonces hasta 1987.
Murió el 23 de febrero de aquel año, con 58 años. Al morir cobraba 30.000 pesetas mensuales de pensión, su único ingreso.

Una multitud veló el cadáver en la capilla ardiente que tuvo lugar en el Club Naval de Setúbal, núcleo proletario del cinturón industrial de Lisboa. Su entierro constituyó un último ejemplo: tras el féretro marchó primero el pueblo anónimo, coreando una vez tras otra sus canciones y enarbolando banderas rojas, simplemente, sin ningunas siglas, y claveles del mismo color; detrás, los gremios operarios, y por fin, enmascarados en el gentío, desfilaron algunos políticos que en vida de "Zeca" no se habrían atrevido a acercarse a él.

Los traidores no pudieron asimilar su obra y le dieron la espalda. Para la cultura popular es un ejemplo inolvidable de entrega a la causa revolucionaria.




zeca afonso

2 Comments:

Blogger Fátima Santos said...

a um outro propósito, tenho este post linkado num post meu...queres ir ver?!:)

11:07 a. m.  
Anonymous Anónimo said...

Great post. I used to be checking continuously this [url=http://www.auoksunglasses.com]akley australia[/url] weblog and I am inspired! Extremely useful information specially the remaining part :) I take care of such info much. [url=http://www.auoksunglasses.com]oakley sunglasses[/url] ,I was looking for this particular info for a long time. Thanks and good luck.

10:51 a. m.  

Publicar un comentario

<< Home